Com a segunda maior população de pets do mundo, o Brasil conta hoje com mais de 52,2 milhões de cachorros e outros 22,1 milhões de felinos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) obtidos em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Desse total, infelizmente, pouco mais de 30 milhões de animais estão abandonados pelas ruas do país. Além disso, fatores como idade avançada ou problemas físicos acabam dificultando ainda mais a adoção de vários desses animaizinhos. Alunos da escola integrada SESI/SENAI de Sabará desenvolveram uma prótese canina que pode devolver a vários pets a oportunidade de uma vida mais saudável e até mesmo de conquistar um lar.
O projeto chamado de “Canis Solidare” é fruto da iniciativa dos alunos do 2º ano do Ensino Médio do SESI e do técnico em Mecânica do SENAI Bárbara Armani, Maria Eduarda Moreira, Pedro Gabriel e Izabella Maielo e da parceria da escola com o Laboratório Aberto do SENAI. Ele foi premiado no último dia 22/07 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no 18º UFMG Jovem, feira de ciências destinada a professores e alunos das escolas de educação básica e dos cursos de licenciatura de Minas Gerais.
O primeiro cãozinho a receber a prótese foi Camarguinho, mascote da Associação de moradores do bairro Camargos, em Belo Horizonte. Adotado no fim do ano passado depois de ser abandonado devido à morte de seu antigo dono, o cachorro teve uma de suas patas amputadas por causa de uma necrose.
A peça foi desenvolvida em desenho tridimensional computadorizado utilizando o software solidwork, que auxiliou no dimensionamento da prótese. Após a primeira etapa, o projeto foi enviado para impressão 3D. O material para confecção do equipamento foi o ABS, plástico rígido e leve e que apresenta flexibilidade e resistência na absorção de impacto.
Outro ponto importante na produção é o custo acessível. O valor de uma prótese canina pode variar de acordo com seu material, dimensão e complexidade, uma vez que cada animal pode apresentar um nível diferente de deficiência. A peça que tem pouco menos de 100 gramas confeccionada pelo Laboratório Aberto teve custo calculado em 0,50 centavos por grama de material utilizado na fabricação.
O instrutor orientador do projeto, Jardel Marques, comentou sobre o objetivo da ação. “A intenção de nossos alunos é proporcionar de uma forma mais humana um cuidado especial com os animais. Além disso, a ideia é promover o acesso de mais pessoas a esse tipo de ferramenta para seus bichos, assim como possibilitar que mais pets tenham a oportunidade de ter melhor qualidade de vida,” concluiu. Já para a estudante Bárbara Armani, a oportunidade de ganhar um prêmio fazendo uma boa ação é indescritível. “Nosso intuito sempre foi o de ter a melhor experiência possível com o projeto. Fazer a diferença com os conhecimentos que agente adquiriu foi um oportunidade incrível,” concluiu.
Fonte: https://goo.gl/VMYEEm